Não teve formação superior: seus conhecimentos técnicos foram adquiridos ao longo da carreira. Nesse primeiro período profissional, realizou coberturas esportivas e dos principais fatos políticos do momento, como as manifestações contra a ditadura.
Em 1970, trabalhou nos jornais Última Hora, no Rio de Janeiro, e O Globo, na sucursal de São Paulo. Neste ano, as construções de rodovias que cortavam o País estavam em pleno desenvolvimento e Martinelli foi escalado pelo jornal O Globo para cobrir a expedição de contato com os chamados “índios gigantes” – os Kranhacãrore ou Panará –, em expedição chefiada pelos irmãos Cláudio Villas-Boas e Orlando Villas-Boas.
Martinelli permaneceu durante três anos na mata, na região próximos à rota da abertura da rodovia Cuiabá-Santarém, aguardando o primeiro encontro, que resultaria numa de suas fotos mais conhecidas.
De volta a São Paulo, tornou-se editor de fotografia da revista Veja, entre 1976 e 1983. Foi também diretor de serviços fotográficos da Editora Abril, entre 1983 e 1994. Paralelamente, Martinelli fez ensaios para revistas de moda e de turismo, neste mesmo período. Em 1996, é contemplado com a Bolsa Vitae de Fotografia e também agraciado com o Prêmio Esso de Jornalismo na categoria informação científica, tecnológica e ecológica.
Ao longo da carreira o fotógrafo recebeu diversos prêmios, como o primeiro lugar no concurso Retratos do Brasil, da revista Realidade, em 1972; segundo lugar no Concurso Internacional de Fotos Nikon, em 1975, e o Prêmio Abril de Melhor Reportagem, em 1981.
Martinelli trabalha como fotógrafo independente desde 1994, ano em que realizou a série O Homem na Amazônia, publicada pela Folha de S. Paulo em 1995. Quatro anos depois publicou os livros Panará, a Volta dos Índios Gigantes – registro da expedição que o tornaria célebre – e Casas Paulistanas. Nos anos seguintes, editou Amazônia - O Povo das Águas, em 2000; Mulheres na Amazônia, em 2004, e Gente X Mato, seu trabalho mais recente, de 2008. Em 2004 realizou uma grande mostra individual, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Fonte
Os índios aprendem cedo o que significa devastação. É o que mostra o menino portando um relógio Swatch no tronco que sobrou da floresta desmatada para a construção de uma nova aldeia
O trabalho na região assume formas igualmente inusitadas. Na época das águas baixas, homens retiram o barro do fundo do rio Negro para fazer tijolos, chamados de “pé-duro”. O barro é retirado em forma de bolas que podem pesar até 40 quilos
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